Há uns dias a esta parte, resolvi testar as capacidades da minha máquina, em situações não comuns, no que toca à luminusidade, sem apoio do flash, e fui por aí, pela zona velha da cidade, onde captei algumas imagens interessantes do meu ponto de vista.
Em fotografia, quando o modelo tem boas qualidades fotogénicas, as coisas resultam sempre melhor e, no que toca à nossa cidade, a sua participação como modelo a fotografar, parece não desmerecer pergaminhos.
Foi por esse motivo que resolvi exibir neste espaço, que também dedico à nossa terra, algumas dessas minhas fotos a atestar como é bela a nossa Leiria.



Estão aí as orquídeas!
Com o tempo a dar mostras de aquecer um pouco, é o momento de cuidar das minhas orquídeas.
Apesar de terem passado as geadas dentro da estufa, o frio foi tão intenso que não permitiu o desenvolvimento desejado.
É bem verdade que também descurei a responsabilidade de adubar com a periocidade que se impunha, uma vez que a fase de desenvolvimento activo se iniciou no início do outono, altura a partir da qual se deve adicionar o suplemento rico em potássio, ou pelo menos com equilibrados valores de azoto, fósforo e potássio, em intervalos de 15 dias.

A produção de flores está em franco desenvolvimento e dá gosto ver os vasos com as suas astes multicolores.
O maior cuidado é agora o de colocar tutores e fixar neles as astes floridas, para que não cresçam desordenadamente e, também, para que não sejam vítimas de qualquer pequeno toque descuidado , com consequências de que normalmente resulta a quebra ou destruição total.

É conveniente limpar os vasos, retirando as folhas secas e ter especial atenção aos pedaços que ficam presos aos bolbos, local propício ao desenvolvimento da cochonilha, que devem ser extraídos com cuidado, para não quebrar nenhuma aste ainda tenra, em fase de crescimento.





A intenção que me motivou a criar este espaço foi o de publicar os meus trabalhos em tela, evidenciando aspectos da cidade, cujo risco de extinção ou transformação é uma grande probabilidade a questionar.

Nesse contexto, trago hoje duas dessas obras, realizadas no ano de 2004, reproduzindo o arco da rua Afonso de Albuquerque e um pormenor do Castelo a partir da rua de Alcobaça



Era uma vez... uma porta de excepcional originalidade e beleza, que se viu um dia despresada, entregue à sua sorte, com um presságio seguramente votado ao desaparecimento.
A implacável modernização, dita evolução da arquitectura paisagística, quis por termo à sua existência e, nesse entendimento, julgou por bem enviar a desdita para o ferro-velho.
A pobre estava de facto para ali abandonada, esperando o seu fim, quando alguém a reconheceu e achou por bem dar-lhe utilidade digna da sua excelência, produto de hábeis mãos de um qualquer marceneiro, que até julgávamos poder referenciá-la como modelo ex-libris da cidade.
Foi um anónimo leiriense que, ao descobri-la assim abandonada, entendeu por bem adquiri-la e recuperar esta verdadeira obra de arte.
Em tempos, nas minhas andanças na pesquisa de aspectos da cidade com previsível risco de desaparecimento, resolvi fixar esta imagem para a perpetuar.
Sinto alguma vaidade na pintura a óleo que executei, em tela de 27x35, no ano de 2003, o segundo trabalho da minha iniciação à pintura, que considero digno de fazer parte da colecção particular, pertença da família.



Não estou seguro se de facto o edifício assim por mim denominado terá outra designação, mas parece-me que até nos meios oficiais é reconhecido desta forma.

Também não vem ao caso essa dúvida, porque o que de facto pretendo é mostrar um pormenor da antiga fachada, que gostaria de reproduzir em tela e da qual possuo esta fotografia. Já agora, muito me honraria saber de alguém que tenha a mesma foto, eventualmente mais antiga, mesmo a preto e branco, mas sem os taipais nas janelas.

Parece-me a mim que, com a alteração arquitectónica em curso, a beleza original ficará "abafada" pela parede que lhe foi acrescentada e, como refiro no objectivo que corporiza a selecção dos temas para as minhas telas sobre a nossa cidade, nada ficará como dantes - o homem, a máquina ou o tempo se encarregarão de alterar ou fazer desaparecer imagens que fizeram história.

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